24/08/2005
Meu Caderno
(Ludimila Tôrres Narcísia)
No meu caderno eu coloco todos os meus dias e tudo que eu quero
Nele ninguem opina nem proíbe nada
Porque ele é só meu, de mais ninguém
Eu gosto de Raul Seixas e acredito em magia
Não sei se acredito no mesmo Deus que você
Tenho mil defeitos, mas duzentas mil curiosidades
Sou feita de pedra e de vidro
Tenho bala na língua
E a enorme razão dos jovens
E a coragem dos fortes
Sou o meu limite
Na minha vida tudo acontece
Eu procuro e acho
O que eu quero eu sempre acabo conseguindo
Eu sonho e acontece
Eu vejo mas não acredito
Eu queria ser política também mas não seria boa opção
Eu queria que deixassem de ser burros de carroça
Vou abalar a Terra
Eu sei do que você não sabe e sou o que você teme
Faço o que me vale
Faço o que me dá vontade
Talvez eu vire hippie
Talvez uma Jeca mesmo
Pra que me preocupar?
Eu sei escolher com o que vou ficar
Se não tenho motivos para sorrir, dou risada sem motivo
Sou louca
Terrível!
Sou eu no meio de tantas fantasias
Tenho 500 anos mas estou inteirinha
Eu gosto de cinema
Mas na minha cidade o cinema está em reforma
Gosto de ler
Gosto de sair com meus amigos
Acredito em uma sintonia no lugar da felicidade
Da alegria com a tristeza
Do homem com a mulher
Da vida com a morte
Do mau com o bom
Da verdade e da mentira
Tenho coragem de sobra
Vou chegar mais longe, então vou chegar primeiro
Tenho um caderno verde
Nele sou eu mesma, sou o que quiser
Meu caderno verde-verdade
Quem ele ler, nunca saberá quem eu sou
Ninguém saberá
Mas pode ser que um dia eu me canse
E me mostre
Talvez
Enquanto isso não acontece vou ficando pelo clube, escola, pela última poltrona no coletivo, na minha casa, pela noite e no meu esconderijo...
E um dia vai apagando o outro enquanto o agora ja virou ano passado
Então depois vou comer, escovar meus dentes e dormir
Para amanha o dia esconder a noite e eles se encontrarem ao entardecer
Eu não sei o que será amanhã ou ano que vem
Mas vou sonhar
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